terça-feira, 28 de maio de 2013

"CORAÇÃO MISTURA AMORES": TAL COMO PAI, NÃO COMO FILHO

Experiência de leitura
Diante das leituras feitas na abertura deste módulo, alguns pensadores e artistas chamaram a minha atenção. Falar sobre apenas um deles seria excluir os pensamentos que se completam. Como não ter lido o texto do professor Antonio Candido sobre o direito à literatura, nos idos dos anos 2000, e não ter ficado encantado com suas ideias.
Além disso, pensadores de peso, como Marilena Chauí _ especialista em um autor medieval (Bruno)_ mas que apresenta uma clara visão sobre o ato de ler. Enfim, não devemos cometer essa atrocidade de apenas comentar um pensamento, mas vamos à discussão.     
Abro este fórum com um relato de experiência de leitura vivenciada em minha infância com o objetivo de entender sobre o mistério da Vida. Trata-se de uma narrativa oral, contada pelo meu pai, há tempos, com o objetivo de que eu tivesse a noção de que tudo na vida tem uma razão de ser e existir.
Antes, porém, dizer que está publicada em um blog, não muito utilizado por mim, mas que relação direta com o que vamos trabalhar durante esse módulo. O título da narrativa foi dado por mim, pois meu pai apenas contava a história, sem títulos!
Vamos a ela, então:
Tal como pai, não como filho
Meu pai contava a história do médico e do filho.
Certa feita, um homem muito rico, fazendeiro, tinha um filho com uma doença incurável. Na época, as pessoas não sabiam o que era. A verdade é que este homem pagava muito bem ao médico com a finalidade de que o filho melhorasse. Anos se passaram e o filho do médico crescera, adquira conhecimento e, maravilhado com a profissão do pai, resolve exercer o mesmo ofício.
Pois bem, um dia, quando o bom médico estava ausente para um congresso na capital, seu filho, entusiasmado com a Medicina, recebe um recado da casa da fazenda. O filho do rico fazendeiro adoecera muito. Daí, o filho pródigo, aquele que estudava a finco todos os procedimentos, dera um remédio que fizera com que o doente se recuperasse do torpor rapidamente. Passaram alguns dias e o pai do estudante de Medicina suspeitara de que tivesse algo de diferente ocorrido. 
Soube, então, que o filho assistira o doente enfermo da fazenda e _pasmem!_ havia curado o enfermo. O pai olhou copiosamente o filho e disse que, graças àquele doente, é que ele (o pai) conseguira sustentar a família por anos e, também, pagar a faculdade do filho.

Esta história, apesar de bem elaborada e contada por uma pessoa sem muita instrução, mostra bem o quão é difícil viver numa sociedade sem pensar no “oportunismo”. Como diriam alguns:  mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
Num mundo, em que se fala de ética, não é muito difícil encontrar alguém pensando no egoísmo, na falta de caráter, pois, com a desgraça do outro, há com o que sobreviver. Na vida real, todo momento vivenciamos situações limítrofes, seja no trabalho, no relacionamento, na família, na escola, enfim, temos, no fundo, um EGOismo imenso, que só faz com pensemos em “eu”.

Esse tipo de narrativa, a meu ver, só pode ser passado de alguém com experiência para uma outra pessoa sem experiência vivida porque apresenta um ensinamento muito forte sobre as coisas. A partir desse tipo de leitura, iniciei lendo livros simples, como por exemplo, Clarissa, de Érico Veríssimo. Aliás, anos mais tarde, tive a mesma experiência da personagem-título, morei com meus tios durante o período de doze anos, na época de faculdade, inclusive.
A leitura apresentou-se, também, pelo viés dos gibis do meu pai, os títulos “TEX”, com imagens em preto e branco, mas que mostrava o mundo do faroeste americano. Ao passar dos tempos, lia também revistas em quadrinhos como Turma da Mônica, da Xuxa, do Tio Patinhas, entre outras.
Depois, lia compulsivamente, principalmente escritores regionalistas. Claro que não podia deixar de lado a leitura dos cordeis quando ia à feira de Caruaru e de outras cidades vizinhas.
É isso! Aliás, vou deixar  esse texto em meu blog, faz tempo que não publico nada lá mesmo.
Flavio Nunes Pageu
P.S: endereço do blog